23 de fev. de 2010

CTB Minas repudia repressão à greve dos rodoviários, imposta pelo TRT-MG

Está marcada para hoje, às 16h30 audiência de conciliação entre os rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana e os sindicatos patronais. A reunião vai acontecer na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), em Belo Horizonte.

A reunião acontece um dia após o desembargador Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello Filho ter determinado a suspensão imediata da greve. Segundo informações da Secretaria de Comunicação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), a decisão foi tomada com base na interpretação de que as negociações entre trabalhadores e sindicatos patronais ainda estaria em andamento.

Matéria divulgada no site do TRT-MG afirma que a não suspensão imediata da greve pode render multas diárias de R$ 300 mil a cada sindicato envolvido. O tribunal não confirmou as informações de que já teriam terim sido bloqueados R$ 2 milhões das entidades trabalhistas.

As entidades penalizadas foram: Sittracon (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Contagem), Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte, e Fetrominas (Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários  de Minas Gerais).

A assessoria do TRT-MG não soube responder às seguintes questões feitas pela CTB Minas:

- A decisão do desembargador Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello Filho não fere o direito constitucional de  greve?

- Os trabalhadores alegam que os sindicatos patronais inviabilizaram a continuidade das negociações. Nesse caso, a justiça do trabalho não deveria compreender a necessidade de greve?


 A greve é um instrumento legítimo de luta dos trabalhadores. A diretoria da CTB Minas repudia a forma como as autoridades julgam a luta dos rodoviários, criminalizando a legitimidade das reivindicações por mais qualidade de vida no trabalho. 

A CTB Minas entende  que seria função do desembargador determinar o cumprimento do decreto nº 44.603/2007, que visa garantir, em primeiro lugar, a segurança dos usuários de veículos gerenciados pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem).

O desembargador também deveria conhecer melhor a realidade das empresas de transporte coletivo. Os empresários exigem banco de horas, não costumam pagar horas-extras, e ainda forçam o trabalhador a arcar financeiramente com gastos referentes a danificações de veículos, que decorrem dos acidentes de trânsito no trabalho.

 A astronômica multa de R$ 300 mil por dia  é um desrespeito à livre organização sindical, criminaliza e sataniza aquilo que é garantido constitucionalmente. Infelizmente, a justiça do trabalho cedeu aos interesses econômicos e políticos empresariais.

Assina este comunicado a diretoria da CTB Minas Gerais.

Fotos: Arquivo do Sindicato dos Rodoviário de Belo Horizonte e Região Metropolitana.

2 comentários:

  1. Caros trabalhadores;

    Sei que vocês estão se sentindo injustiçados com esse salário e carga horária de trabalho. Mas não vai ser com greve que isso vai melhorar. Pode sim causar um grande susto na população, mas não na BHTRANS. Porque eles não dependem de ônibus,mas sim nós cidadãos, assim como vocês quando não estão uniformizados. Não temos condições de pegarmos taxi todos os dias. Por isso, venho a vocês, humildemente, pedi-los que voltem ao trabalho.

    Obrigado pela atenção.

    E fica aqui meu ponto de vista. Mesmo que vocês não queiram voltar atrás, pelo menos reflitam sobre o que vos falei.

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  2. A CTB Minas agradece a todos que prestigiam o nosso blog, postando comentários e indicando aos amigos.

    Reforçamos nosso apoio aos rodoviários, que de fato estão injustiçados com os baixos salários, rotina estressante e alta carga de trabalho.

    A greve é o instrumento que os trabalhadores utilizam em último caso, quando as negociações com os patrões não avançam mais.

    O objetivo da greve não é atingir à população, mas sim pressionar os patrões, para que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas.

    A greve dos rodoviários representa a luta de todos os trabalhadores oprimidos desse País.

    Atenciosamente;

    Gelson Alves, Secretário de Comunicação e Imprensa da CTB Minas.

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