22 de fev. de 2010

Greve em Belo Horizonte chegou a parar 95% dos ônibus


Nessa segunda-feira (22/02), os rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana cumpriram a promessa de greve geral, mantida desde a semana anterior ao carnaval. Na pauta de reivindicações, está a luta pela redução da jornada de trabalho, 37% de reajuste e fim do banco de horas.

Já no início da manhã, a BH TRANS chegou a admitir que quase totalidade dos ônibus não saíram das garagens. A adesão à greve foi de 95% , segundo o sindicato dos rodoviários. Eles somam aproximadamente 36 mil trabalhadores em toda a região metropolitana de Belo Horizonte.


A mobilização seguiu forte na parte da tarde, passando a 80% dos motoristas e cobradores.  À noite, já havia mais carros circulando.

No segundo dia de greve, o balanço pode ser menos positivo. O Ministério Público do Trabalho ajuizou uma ação, exigindo a cota mínima de 50% da frota nas ruas. Em caso do descumprimento, o sindicato dos trabalhadores pode ser multado em até R$ 30 mil por dia.

A greve foi a única alternativa encontrada, após quatro rodadas de negociações, como explicou o coordenador político do sindicato dos trabalhadores, Denilson Dorneles. Até o momento, as entidades patronais só oferecem reajuste de 4,36%. O piso salarial é de R$ 1.181 para motoristas e R$ 510 para os cobradores.

Segundo Denilson Dorneles (ao lado), a greve vai continuar "até que os patrões resolvam fazer uma proposta justa". Em assembléia neste domingo (21/02), em Belo Horizonte, os trabalhadores avaliaram que o percentual, relativo ao INPC, não soluciona as perdas salariais. 

A luta pela redução da jornada também seria uma maneira de padronizar o regime de contratação de todos os cobradores e motoristas. Em Belo Horizonte, a jornada é de 6h20; já na região metropolitana da capital, são 6h40.

Há pelo menos cinco anos, o Sindicato dos Rodoviários optava por fazer paralisações pontuais, atingindo as linhas principais de cada regional da cidade, em dias variados.

A mudança no foco político da mobilização deveu-se, segundo Denilson Dorneles, ao apoio dos trabalhadores e trabalhadoras. "Pela situação em que estamos, achamos que só uma greve geral pode resolver nosso problema. E a partir de agora, será sempre assim".

Novas assembléias serão realizadas na manhã desta terça-feira (23/02). As reuniões vão ocorrer nas portas de algumas garagens. Os endereços não foram revelados.


Fotos: Arquivo do Sindicato dos Rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana



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