2 de jul. de 2010

Estudo confirma participação expressiva da mulher no comércio

A Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que a participação da mulher no mercado comerciário, em relação ao total de mulheres ocupadas, variou entre 13,9%, em Belo Horizonte, e 19,8% em Recife.

A pesquisa leva em conta as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza e São Paulo, além do Distrito Federal. Segundo a avaliação dos técnicos do Dieese, a atividade comercial está entre as que mais se destacam no equilíbrio entre homens e mulheres. Eles são a maioria na construção civil e indústria. Já a mão de obra feminina predomina nos serviços e no comércio.



Os dados são do ano de 2009. Entre as ocupadas no comércio, cerca de 60% das mulheres eram assalariadas, forma de inserção que registra menor proporção na Região Metropolitana de Fortaleza (41,4%) e maior na de Belo Horizonte (71,3%).

Quase metade dos assalariados no comércio são mulheres, o que corresponde a cerca de 840 mil pessoas nas regiões sete estudadas. Porto alegre apresenta a maior proporção de mão de obra feminina (45,6%) e Fortaleza, a menor (38,2%).

Extensas jornadas

A jornada de trabalho extensa é um dos grandes desafios a serem enfrentados pela categoria. Trabalhar nos domingos e feriados e permanecer no estabelecimento além do horário contratado para garantir a venda e, conseqüentemente, a manutenção da renda, são comuns entre os que atuam no setor.

A jornada das comerciárias, em 2009, ainda que ligeiramente inferior à dos homens, ultrapassou a jornada legal em todas as regiões pesquisadas, exceto em Belo Horizonte (43h).

Menores remunerações

Um dos fatores que revelam a desigualdade de gênero no mercado de trabalho ainda é a remuneração. Para a análise, tomou-se como referência o rendimento médio por hora trabalhada, já que as jornadas das comerciárias são ligeiramente menores que a dos comerciários.

Em 2009, com exceção de Fortaleza e Recife, as mulheres recebiam em média 88,5% do rendimento dos homens. Nota-se que a desigualdade salarial é maior no Sul e no Sudeste e menor nas regiões Norte e Nordeste. Mesmo quando há um equilíbrio nos rendimentos, situação verificada em Fortaleza (102,5%) e Recife (100%), a realidade não fica mais alentadora, visto que os rendimentos são extremamente baixos.

As muitas faces da comerciária

A maior parte das mulheres assalariadas no comércio é adulta, com idade entre 25 e 39 anos. Estas correspondem a 45,1% das trabalhadoras em São Paulo e chegam a 52,6% em Salvador. As jovens entre 16 e 24 anos também têm participação expressiva e correspondem a aproximadamente um terço da categoria. Comerciárias mais maduras, com 40 anos ou mais, encontram-se em maior proporção em Belo Horizonte (19,3%) e têm menor representatividade no Distrito Federal (12,9%).

O Boletim Mensal de Emprego e Desemprego é uma parceira entre Dieese, Seade, Ministério do Trabalho e Emprego, Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Em cada estado do País, o Dieese também mantém outras parcerias.

Fonte: Dieese
Edição: Equipe CTB Minas
Imagem: Site emdiacomacidadania.com.br





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