21 de nov. de 2012

UBM cobra justiça no julgamento do goleiro Bruno


A União Brasileira de Mulheres (UBM) realizou uma manifestação na última segunda-feira (19), na entrada do Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), para pedir justiça no julgamento do goleiro do Bruno Fernandes, acusado do assassinato da modelo Eliza Samudio.
O julgamento do atleta do Flamengo e de outros réus envolvidos no sequestro, cárcere privado e desaparecimento da modelo, que queria o reconhecimento do filho que teve com Bruno, teve início pela manhã e deverá durar cerca duas semanas.
A manifestação também contou com a presença da deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que investiga a violência contra a mulher no País; de representantes da Secretaria de Políticas para as Mulheres e da bancada feminina do Congresso.
As manifestantes carregavam cruzes com nomes de vítimas da violência de gênero que, de acordo com a presidente da CPMI, “tem aumentado assustadoramente no País, a despeito de uma das legislações mais avançados do mundo, que é a Lei Maria da Penha”. “É preciso dar um basta nesta selvageria que vitima não só as mulheres, mas seus filhos, a sociedade como um todo”, disse Jô Moraes.
Durante o ato público, foi distribuído um manifesto contra a escalada da violência de gênero e todas as formas de violação dos direitos humanos. “A violência contra a mulher expressa relações sociais de poder bastante desiguais, que tornam esse grupo populacional mais vulnerável. (...).  Não só as mulheres de Contagem, mas de toda Minas Gerais estão vigilantes na cobrança de um julgamento responsável no caso Eliza Samudio”, diz o documento.
Para Jô Moraes, é preciso dar um basta nesta selvageria que vitima não só as mulheres, mas seus filhos, a sociedade como um todo. “É preciso punir com rigor, exemplarmente, os agressores, os assassinos. Só assim poderemos retomar o caminho da cultura de paz, de harmonia”.
Impunidade
A presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM) de Contagem, Diomara Dâmaso, também cobrou justiça. “A sociedade está cansada de tanta impunidade. É isso que alimenta a violência contra as mulheres. Os agressores têm de saber que serão punidos, que a agressividade deles terá consequência. Não passa um só dia sem que uma mulher seja espancada ou assassinada. Esse caso do goleiro Bruno é emblemático, tem de servir de exemplo para não se repita”, afirmou.
A coordenadora da bancada feminina no Congresso, deputada Janete Pietá (PT-SP) reiterou a importância do julgamento do goleiro no combate à impunidade dos crimes contra mulheres. “Estamos aqui para demonstrar nossa vontade de que este crime tenha um julgamento exemplar. E que os culpados sejam penalizados com rigor. As leis existentes sobre violência contra a mulher já são suficientemente completas, amplas, o que precisamos é que sejam cumpridas”.
Nos últimos 30 anos, mais de 92 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, sendo 43,7 mil somente na última década. Em Minas Gerais, em apenas 20 dias de agosto passado, oito mulheres foram assassinadas: seis delas esfaqueadas, uma estrangulada e outra queimada.
Fonte: Portal Vermelho.

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