21 de jun. de 2013

Situação da classe trabalhadora está piorando, afirma dirigente da Federação Sindical Mundial

O secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), George Mavrikos (foto), afirmou esta semana, no plenário da 102ª Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em Genebra (Suíça), que a situação da classe trabalhadora está piorando em todos os continentes.
Para o dirigente da FSM, entidade à qual a CTB é filiada, é preciso que os sindicatos combativos em cada parte do planeta saiam às ruas para se manifestar, no sentido de impedir que novos ataques sejam desferidos contra a classe trabalhadora. Confira a íntegra do discurso de Mavrikos:
“Senhoras e senhores, as condições de vida e trabalho do povo trabalhador hoje são mais difíceis do que durante a última conferência da OIT. Altíssimas taxas de desemprego, redução de salários e pensões, privatizações em todos os setores economia, as políticas criminosas dos empresários causam a falta de segurança nos locais de trabalho, a violência estatal e a agressividade imperialista são predominantes.
É significativo que enquanto a riqueza produzida aumenta e os mercados estão cheios de produtos de todo tipo, bem como os lucros das multinacionais e da maioria dos empregadores seguem sendo extremamente altos, os direitos dos trabalhadores são eliminados. Essas são as características da profunda crise do sistema capitalista.
Ao mesmo tempo, isso mostra que o capital está aproveitando a crise para aumentar seus lucros à custa das massas populares. A situação da classe trabalhadora em todos os continentes está piorando.
Em Bangladesh, as políticas criminosas das multinacionais e os empresários locais seguem matando trabalhadores; Na Turquia, a violência estatal e o ataque contra os trabalhadores estão aumentando; na Costa Rica, as greves no setor público estão proibidas; no Panamá, os trabalhadores do Canal não podem entrar em greve; o Chile é um exemplo de muitos países que ainda estão violando os convênios fundamentais ratificados há 14 anos.
No Cazaquistão, nos países do Golfo e na Guatemala quase não existe a liberdade de associação. Na Colômbia, os metalúrgicos e mineiros são atacados constantemente. Os trabalhadores da multinacional Glencore estavam em greve durante 98 dias e a multinacional os trata como delinquentes. A Michelin fecha fábricas em Cali e Chusacá. Mas, sem ter em conta tudo isso, a OIT exclui a Colômbia da lista.
No Paraguai, dirigentes camponeses são perseguidos, assim como nossos companheiros dirigentes do Moapa. A classe trabalhadora europeia está sendo empurrada para a pobreza pelas políticas aplicadas pela União Europeia e os governos a favor dos empresários. Os trabalhadores e o povo da África vivem em condições extremamente ruins, enquanto seus recursos naturais são roubados diariamente pelas multinacionais.
O direito de oito horas de trabalho estável e seguro, o direito de negociação coletiva setorial e nacional, o direito de greve, o direito à seguridade social e de pensões, o direito à educação pública e à saúde se encontram no epicentro do ataque lançado pelo FMI, Banco Mundial, União Europeia e pelos governos que os apoiam.
A Federação Sindical Mundial, que representa atualmente 86 milhões de membros em 128 países não deixará de defender esses direitos. Seguiremos organizando atividades internacionais e jornadas de ação, seguiremos denunciando essas políticas em nível mundial e continuaremos nos organizando para impedi-los, junto de nossos filiados e amigos na linha de frente pelos direitos do povo trabalhador.
Lamentavelmente, o papel da OIT e de seus escritórios regionais não está ajudando nessa direção. Ao contrário: em vários continentes, como na América Central e no Oriente Médio, seguem uma política de discriminação aos trabalhadores. Estão favorecendo outras partes. Geram dificuldades e obstáculos para muitos sindicalistas.
Isso tem que parar. A função dos escritórios regionais e da OIT é tratar a todos os trabalhadores e seus representantes da mesma forma. Estamos pedindo que se detenham as discriminações contra os amigos e filiados da FSM. Pedimos a representação proporcional.
A Federação Sindical Mundial continuará a chamar o movimento sindical internacional na luta conjunta contra a exploração e a barbárie capitalista. Pelo segundo ano, em 3 de outubro de 2013 chamaremos todas as organizações sindicais a marchar militantemente com manifestações, greves e outras atividades por direito à alimentação, água potável, remédios, livros, moradia e outras necessidades atuais do povo.
Ao mesmo tempo, fazemos um chamado a todos os sindicatos combativos e com espírito internacionalista e solidário a estar ao lado do povo palestino em sua luta pela pátria independente. Para defender o direito do povo da Líbia, do Iraque, Síria, Mali, Venezuela, Honduras e Paraguai de defender por si mesmo seu presente e futuro, sem a Otan ou os imperialistas. Também exigimos que se detenha o bloqueio dos Estados Unidos e seus aliados contra o povo cubano.
Ao fazer uso da palavra aqui na OIT, expresso mais uma vez o respeito e a apreciação da FSM em relação à classe operária da Grécia, que, com sua luta classista resiste e mostra sua desobediência no combate às políticas bárbaras e antipopulares.
Condenamos o governo da Grécia, que demitiu inesperadamente e em uma só noite 2.260 trabalhadores da TV e Rádio públicas do país, e com uma decisão ditatorial fechou a ambas. Os trabalhadores e os dois milhões de desempregados na Grécia devem saber que não estão sozinhos. Estamos a seu lado. Obrigado”.

Fonte: Portal CTB.

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