22 de ago. de 2013

Wagner Gomes: a CTB cresceu e se consolidou entre as maiores centrais do País

“Hoje, a CTB está situada entre as cinco maiores centrais sindicais do país”. Essa é a afirmação do presidente da CTB, Wagner Gomes, que neste 3º Congresso Nacional (22, 23 e 24 de agosto) passa o bastão para o próximo comandante da Central, Adilson Araújo.

Para o metroviário Wagner Gomes, que esteve à frente da central por duas gestões, a CTB conquistou em apenas cinco anos um trajetória histórica de luta, marcada pela defesa da unidade do movimento sindical e de um projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho.

Em entrevista ao Portal CTB, Gomes, que após o Congresso ocupará a Secretaria Geral da Central, faz um balanço dos últimos anos.

Crescimento

O balanço que a direção da CTB propõe para o 3º Congresso, do qual compartilho, é em geral muito positivo. No momento em que criamos a central, em dezembro de 2007, pairavam dúvidas sobre sua legalização e consolidação. Conseguimos superar os obstáculos, satisfazer os critérios legais para receber os 10% da Contribuição Sindical e crescer de forma ininterrupta, incorporando novas entidades.

Hoje, a CTB está situada entre as cinco maiores centrais sindicais do País e é a quarta em representatividade, com mais de mil entidades na base, representando em torno de 7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, com um índice de sindicalização de 10%. Colhemos importantes vitórias também no plano político, das quais cumpre destacar a realização da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em junho de 2010.

Unidade do movimento sindical

A união faz a força, conforme proclama um sábio provérbio popular que se aplica perfeitamente à realidade do nosso movimento sindical. A unidade potencializa a força das centrais, que isoladamente não vão muito longe e, por consequência, eleva o protagonismo da classe trabalhadora na luta pelas mudanças.

É prova disto a realização das marchas da classe trabalhadora em Brasília e diferentes manifestações unitárias, como o Dia Nacional de Lutas e Paralisações, em 11 de julho. A unidade defendida pela CTB resultou na conquista da política de valorização do salário mínimo, legalização das centrais, constituição de uma Mesa de Negociação Permanente com o governo e outros benefícios.

CTB na linha de frente

Os últimos cinco anos foram marcados pela crise mundial do capitalismo. Tivemos muitas lutas, inclusive para evitar que o ônus da crise em nosso país fosse descarregado sobre as costas da classe trabalhadora, como vem ocorrendo na Europa; batalhas pela redução dos juros e mudança da política econômica.

A CTB sempre esteve presente e na linha de frente dessas manifestações, percorrendo uma trajetória de lutas em defesa da classe trabalhadora e orientada por uma concepção classista do sindicalismo. Quero destacar ainda o fortalecimento da unidade das forças que compõem a CTB, a antiga CSC, a SSB, os companheiros e companheiras do campo e os marítimos.

A Conclat representou um marco

A Conclat foi marco, um evento unitário das centrais que contou com a participação de aproximadamente 30 mil líderes sindicais e aprovou a agenda da classe trabalhadora por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho, soberania e democracia.

A agenda da Conclat se transformou no programa atual do sindicalismo brasileiro. Nela, as bandeiras do trabalho são concebidas como bandeiras desenvolvimentistas. Inclui propostas como a mudança da política econômica, reformas estruturais, mais investimentos em saúde, educação, transporte e infraestrutura, ao lado de bandeiras históricas da classe trabalhadora como reforma agrária, redução da jornada, fim do fator previdenciário, combate à precarização, entre outras. É bom lembrar que a ideia da Conclat foi proposta originalmente pela CTB. Foi a principal bandeira do nosso 2º Congresso em 2009.

Agenda da Classe Trabalhadora

Avançamos em matéria de mobilização e lutas, pois, ao longo deste ano, já realizamos grandes manifestações, como a marcha da classe trabalhadora em Brasília dia 6 de março, a manifestação nacional de 11 de julho, que deve ter uma nova versão em 30 de agosto, e os atos de 6 de agosto contra a terceirização. Mas, efetivamente, não conquistamos nada da Pauta Trabalhista que apresentamos ao governo, ao Congresso e à sociedade. Será preciso elevar o grau de mobilização e pressão.

Mobilizar é preciso

Infelizmente, a presidenta Dilma se mostrou menos propensa ao diálogo com as centrais do que o ex-presidente Lula. Tivemos um retrocesso neste aspecto, mas alimentamos a esperança de que ela tenha mudado após as chamadas jornadas de junho e a constituição de uma Mesa Nacional de Negociação entre centrais e governo. 

Temos consciência, porém, de que não basta um bom diálogo com o governo para conquistar o que demandamos na Pauta Trabalhista e concretizar a agenda da Conclat. É fundamental mobilizar nossas bases e a sociedade e pressionar os poderes constituídos e o patronato.

Próxima gestão

Minha expectativa é altamente positiva. Nosso rumo e desafio estão sintetizados no slogan do congresso: “Avançar nas mudanças com valorização do trabalho”. A CTB dá o exemplo da renovação e o companheiro Adilson, que comandou com muita sabedoria a CTB baiana, dará conta do recado.

Fonte: Portal CTB.

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