20 de jan. de 2015

Abertura da Caixa só interessa a banqueiros

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Bancários convocam a população a ir para as ruas nesta terça-feira (20), vestidos de preto em protesto contra a intenção do ministro da Fazenda Joaquim Levy de abrir o capital da Caixa Econômica Federal, principal banco inteiramente público do país. “Tirar o caráter público da Caixa significa entregar a responsabilidade do galinheiro às raposas do sistema financeiro”, proclama Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia.
emanoel feebbase













Para ele, além de estapafúrdia, essa proposta não resolve a questão do superávit primário e pode deflagrar uma política de juros altos, incompatível com um governo que defende desenvolvimento com distribuição de renda. “Com 154 anos de existência, a Caixa deve continuar 100% pública, na forma de um banco múltiplo, que atenda a demanda do mercado, seja rentável, mas esteja totalmente a serviço do Brasil”, defende Emanoel Souza de Jesus, presidente da Federação dos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe.

A CTB juntamente com outras centrais sindicais pediu audiência pública com a presidenta Dilma, o próprio Levy, o ministro da Secretária-Geral da Presidência Miguel Rossetto e o presidente da Caixa, Jorge Hereda, para revolvê-los dessa proposta. “O Objetivo do governo de arrecadar em torno de R$ 20 bilhões para recompor o superávit, tirará das mãos do Estado brasileiro o seu principal instrumento de alicerce no mercado financeiro”, acentua Emanoel.
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Já Vasconcelos lembra que além de todas as questões sociais, “Todos perdem com essa abertura de capitais do terceiro maior banco do país.

Quem vai segurar os juros, sem a Caixa?”, questiona. “Os programas sociais perderão seu caráter de justiça social. Alguém pode acreditar que investidores aceitarão que o banco promova o Financiamento Estudantil, por exemplo, no mesmo patamar do que ocorre hoje”, reclama Vasconcelos. “Certamente o mercado imobiliário seria profundamente afetado por uma política desastrosa como essa. A Caixa existe para fomentar a economia, o desenvolvimento e a criação de empregos”, complementa.

“Em 2008, 2009 foi a Caixa que reduziu os juros, forçando os outros bancos a fazerem o mesmo e só fez isso por ser público”, reforça Emanoel. “O fortalecimento da instituição leva em conta não apenas critérios corporativos, mas a compreensão dos relevantes serviços prestados pelo banco, através do empenho e dedicação dos seus mais de 100 mil empregados”, apregoa Vasconcelos. Já Emanoel lembra que a Caixa é uma ferramenta fundamental para que o Estado possa atuar no mercado financeiro”. Para ele, “a abertura de capitais do maior banco inteiramente público do país só interessa aos banqueiros que ganham com a especulação financeira”.
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

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