17 de mai. de 2016

"O desmonte do Estado já começou. O momento é de mobilização", diz Adilson Araújo


A coordenação Nacional da CTB se reuniu na manhã desta terça-feira (17) para debater a luta em curso no país pelos direitos sociais e trabalhistas e contra o governo golpista de Michel Temer. Lideranças sindicais de diversos estados e representantes dos rurais, dos metalúrgicos, dos portuários, da previdência social, saúde, educação e relações internacionais realizaram uma análise da conjuntura política e econômica e traçaram os rumos para o movimento sindical diante do avanço neoliberal no país.
Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, o momento deve ser de mobilização e orientação do que está em jogo. "Temer já iniciou o desmonte do Estado, com privatizações, cortes dos investimentos públicos, retirada brutal de nossos direitos", alertou o líder cetebista.
Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas, fez um alerta sobre a ampliação da Desvinculação das Receitas da União, que deve retirar mais recursos da saúde e da educação. "Esta é a alma do que se chama de estado mínimo, ou seja, gastar menos com as políticas públicas, para poder gastar mais com o capital rentista, através dos juros exorbitante praticados no Brasil. A lógica por trás destes dois setores, saúde e educação, é que eles são os que mais têm investimento do estado brasileiro", diz ele. "O Brasil precisa resgatar um princípio básico. Educação e saúde são direitos constitucionais. Direito do cidadão e dever do estado. E não podemos arredar um palmo dessa nossa concepção". 
O secretário de Política Agrícola e Agrária da CTB, Sérgio de Miranda, classificou a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário como um prejuízo muito grande aos trabalhadores e trabalhadoras rurais, em especial à agricultura familiar. "Víamos esse ministério como uma conquista. O Brasil tem duas agriculturas, tem a grande agricultura comercial, de exportação, mas tem a agricultura familiar, que é responsável por 70% da produção de alimentos e 84% da mão de obra ocupada no meio rural", diz ele.
O MDA foi incorporado pelo Ministério de Desenvolvimento Social, originalmente criado para tratar dos temas relacionados à assistência social, como o programa Bolsa Família. O demonte dos direitos sociais se reflete em todos os setores sendo uma preocupação da maioria dos dirigentes da CTB presentes, entre eles José Bonfim, presidente do sindicato dos metalúrgicos de Camaçari, na Bahia, e José Adilson Pereira, presidente do sindicato dos estivadores do Espírito Santo. 
"Toda a estrutura está sendo montada a favor dos patrões, com a função de modificar e flexibilizar a CLT e retirar direitos. É um novo golpe, agora contra a classe trabalhadora", diz Bonfim. José Adilson diz que as ameaças de privatização e terceirização de serviços nas zonas portuárias se tornam mais concretas agora e devem contar com mais mobilização da categoria.
A reunião deverá apontar caminhos para a luta, por exemplo, de uma reforma de um previdência pública e inclusiva, a criação de comitês de defesa da CLT, a construção de um dia nacional de luta para denunciar o pacote de maldades que já está sendo implementado por Temer, entre outras ações
Nesta semana, um seminário sobre a previdência, saúde e terceirização tentará cumprir seu papel de municiar as lideranças sindicais com informações sobre como a reforma previdenciária, a ingerência sobre o SUS ou o avanço da terceirização vão impactar negativamente a classe trabalhadoras e quais os caminhos para barrar este avanço nesta conjuntura tão desfavorável.
O secretário de relações internacionais, Divanilton Pereira, e o assessor político da presidência, Umberto Martins, chamaram atenção para as conexões internacionais do golpe e as possíveis e drásticas consequências que recairão sobre a geopolítica da América Latina.  
Portal CTB 

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